As nações
todas são mistérios.
Cada uma é
todo o mundo a sós.
Ó mãe de reis
e avó de impérios,
Vela por nós!
Teu seio
augusto amamentou
Com bruta e
natural certeza
O que,
imprevisto, Deus fadou.
Por ele reza!
Dê tua prece
outro destino
A quem fadou o
instinto teu!
O homem que
foi o teu menino
Envelheceu.
Mas todo vivo
é eterno infante
Onde estás e
não há o dia.
No antigo
seio, vigilante,
De novo o
cria!
Fernando
Pessoa
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