Cuquiou o dia
no canto de um passarinho do muxito.
Ouvi
e sem depressa
como quem sonha
inda
Vi
no Katumbela
rio-sacarino
minha mangonha
canoa nas águas
lentas
a sensação de nenhum tempo
estar
E olhei a planície o vale
lugar onde o canavial é dono
é posse
o seu silêncio coisas homens
numa canção de abandono
E não ouvi demais
que o canto da madrugada
tinha da sua voz
o murmúrio de caxexe
Apenas
e lentamente
renascia em mim
um novo sono
Então
com de repente
despertei.
Arnaldo Santos
“Momentos (1958-2011)”
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