as mulheres de luto soltam
saias,
não se compadecem
com brilhos subalternos
mascam a sardinha e o sargaço
não temem os ventos aspirais dos cérebros
mal dos velhos
em quilhas e madeiras secas de vis sacodem
a côdea, arrombam
não cospem ou latejam acenos
nas malgas sobre os joelhos
entornam os caldos de solda
vão longe os beijos
inscritos nos cascos
cortados olhares secos
a remos o roliço
da língua
mulheres de sem retorno
mar
praças
ancas e lanternas em gamelas
apregoares de lesmas e têmperas enlatadas
volvem agora em oásis
uma inscrição na testa derrama
óleos.
Aurelino Costa
“Domingo No Corpo”
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