na banza de
s.
paulo da assumpção de loanda
o ontem de
hoje
em Fevereiro de 1575 a armada
comandada por Novaes aproou à Barra da Corimba e os marujos vinham cansados da
viagem, derreados pela luta contra as ondas, exaustos pelo içar e arrear de
velas ao sabor de ventos e marés, que as viagens desse antigamente não eram
cruzeiros de férias.
em Março esfregaram-se pela
primeira vez nas areias da Ilha que por ora pertence a rei do Congo. não
perceberam a riqueza que por ali se espraiava. mulheres, de cofus a tiracolo e vigiadas
pelos fiscais de impostos do rei, catavam búzios à borda-d’água. e
separavam-nos de acordo com os diferentes tamanhos e valores – reis, tostões,
macutas, angolares, escudos, centavos, kwanzas e lweis. com este kumbú os angolas
e os congos, os comerciantes e os amigos do alheiro, os descobridores e os
encobridores, as zungueiras e os carcamanos, os chineses e os da tropa, negociavam
tudo no Roque Santeiro –
cará, chá-de-caxinde e do Sambo,
dendém, dinhungo, fijá ou xipoque, fuba, jimboa, jindungo, jinguba, mandioca,
massambala, massango, quiabo, quicuanga, quicuerra e usse,
atunduas, bananas, cocos, gajajas, loengos,
maboques, mangas, mamões, mirangolos, múcuas, noxas, safus, sape-sapes,
tabaibos e tamarindos,
água com sabor a limão e
torresmo, bulunga, champanhe, caporroto, caxipembe, cuca, gúndi, cocacola,
macau, maluvo, nocal, quimbombo, quissângua, quitoto, uísque sbell e do
galo-selvagem famoso, vinho do porto e a martelo,
biquínis de fiodental, cuecas
unissexo com a inscrição I can't get no
satisfaction, fardas de sipaio e de soba, fatos pronto-a-vestir e a despir,
panos da costa, do Congo e pano só, roupa de fardo e de marca e tixartes com a
xipala do Elias Diá Kimuezu,
botas de montar, xanatos,
noncacos, pisa-cocó, sapatos de luva e sapatilhas adidas, cabeleiras de
carapinha loira e mamas postiças,
computadores com putas e sem
putas incluídas dependente do pagamento a pronto ou a crédito, respectivamente,
gravadores e leitores de dvd, pleissetêxanes, programas da microsoft e da maçã,
televisores de plasma e aparelhagens de som quadrifónico,
cassetes do Minguito, cedês do
Quim Barreiros e devedês do Harry Potter,
bandeiras e cachecóis das selecções,
camisolas do Mantorras e do Figo,
camisas de Vénus, pensos rápidos
e de tampax, papel higiénico de tripla-folha com sabor a manga coco e maracujá,
pau de Cabinda, banha da cobra
contra as dores de cabeça mau-olhado e esquentamento,
livros do Lobo Antunes, do Mia
Couto, do Luandino, do Saramago e do Pepetela,
bicicletas, triciclos, carros de
rolamentos, trotinetas, automóveis artilhados e carros de fórmula 1, jipes,
camiões de báscula, motas d’água, cadeirões com rodas para corridas de
funcionários públicos sem mais nada que fazer, catrapilas, debulhadoras,
canhangulos, kalashes, carros de
combate, bazucas, mona-kaxitos, canhões com recuo e sem recuo
e outras bugigangas mais.
era lu uanda o tributo que se
pagava ao rei do Congo por este quitandismo.
mas como se viu o Novaes não deu
por nada nem sequer ligou ao nome, o jimbo, de gentio que soava. seguiu para
terra mais firme e fundou uma colónia a que deu o nome de Vila de São Paulo. diz-se
que era um louvor ao seu santo. cá para nós, que ele já não nos pode ouvir,
aquilo era mas-é truque de aldraba. o que interessava mesmo era o Paulo, para
que ficasse escarrapachado nos livros de História. porque o santo uafua e, mais
tarde ou mais cedo, ficaria apenas vila e Paulo. isto era ele a pensar e se
pensou, o seu amigo Salvador, o do liceu, melhor o emaranhou, acrescentando ao
nome uns pozinhos.
dava pelo nome de Benevides, era
um brasuca que se tornou governador afamado. foi incumbido de reconquistar a
cidade aos holandeses, que lhe tinham cassumbulado tempos atrás.
gloriosamente cumprida a tarefa
de resgate e já como príncipe da cidade, o Salvador resolveu mudar-lhe o nome.
ah! é verdade, a vila do Paulo já era cidade desde 1605 e passou, então, a
chamar-se Cidade de São Paulo da Assumpção de Loanda, porque a reconquista se
dera na data comemorativa da Santíssima Assumpção de Maria Virgem, no dia 15 de
agosto do ano da graça de 1648.
então e o Luuanda porquê que leva
O na vez do U? perguntam vossasmercês. ora, elementar meus caros: se os
ingleses, que sempre foram uns gentleménes, escrevem bazooka com dois ós e lêem
bazuka com u, sendo eles os inteligentes, Luuanda com dois us haveria de
ler-se, necessariamente, Luanda com o. mentira?
mas o caso é que aquele nome dava
uma trabalheira dos diabos e só arrastava makas.
nas cartas geográficas começava o
primeiro problema: como se iria escrever tamanho nome no mapa-múndi, onde todos
os países aparecem capiquininos? teria que transvazar-se o minúsculo quadrado
de Angola e invadir os Congos, as Rodésias, a Bechuanalândia, o Sudoeste
Africano e até a África do Sul, o que provocaria uma maka de todo o tamanho. seria
uma guerra aí para trezentos e vinte e sete anos, dois meses e vinte e seis
dias. ora, como nessa altura Angola já seria independente, de nada valeria tal
empresa.
e os BIs, que tinham que ser
desdobráveis, bolso para lhes guardar seria do tamanho do mataco. com os
passaportes não haveria problemas de maior uma vez que, para viagens de avião,
bastaria aumentar o peso da bagagem permitida para 40 kg e proibir o transporte
de animais exóticos para contrabandear, quer se dizer, para contrabalançar o
aeroplano.
o pior seria com as cartas de
condução: teriam que ser acondicionadas no portabagagens juntamente com o
macaco, o pneu de socorro, a mala de ferramentas, o triângulo de sinalização, o
colete fluorescente, os jogos de lâmpadas e a grade de cuca ou nocal.
por isso é que, no antigamente,
Luanda nunca teve uma fábrica de calçado. imaginem o que seria inscrever na
solaria, “produzido na Fábrica de Calçado Makambira na Cidade de São Paulo da
Assumpção de Loanda”, só se fosse no sapato 79.
bom-bom seria nas competições
desportivas. nos desportos à vela, por exemplo. para inscrever a sigla do grupo de desportos náuticos – GDNCSPAL
- seria necessário colar um apêndice na
vela. desse modo tal coisa sempre cortaria a meta antes da proa, estando o
vento de feição. mas, neste acaso, corria-se o risco de o comité olímpico os
desclassificar por doping de sinalização.
o problema tornou-se de tal forma
grave que a edilidade resolveu agendar uma Assembleia Geral Extraordinária para
discussão da maka. foram convocadas todas as forças vivas para a seguinte ordem
de trabalhos:
Ponto Único – Análise, discussão
e votação da questão da continuidade ou substituição da designação “Cidade de
São Paulo da Assumpção de Loanda” como toponímia oficial da cidade de São Paulo
da Assumpção de Loanda.
foram também enviados convites às
forças desvivas que desejassem assistir a tão transcendente evento, incluindo
pretos, mulatos, cabritos, cafuzos, brancos, albinos e mukuankalas, mas sem
direito a voto. coisa assim só para inglês ver e também sul-africano, como
prova de que ali não havia racismo. os mukuankalas não compareceram por serem
visceralmente alérgicos a governos – são eles os mais antigos anarquistas – e
também porque são geneticamente claustrofóbicos: sentem-se felizes apenas em
savanas e desertos amplos e detestam contentores com portas e janelas.
aberta a sessão o presidente da
Câmara logo iniciou as hostilidades com uma proposta luminosa:
proponho que a cidade passe a designar-se CSPAL, das iniciais do seu
nome actual.
oh, senhor Presidente, por amor de Deus! que SPAL, que SPEL! já temos a
Cuca, a Nocal e a Sbell, vamos agora inventar mais uma marca de bebidas
alcoólicas? contrapôs o abade da freguesia da Mutamba.
eu proponho que se utilizem as duas primeiras letras de cada palavra. ficaria
CiSaPaAsLu, avançou o vereador do pelouro do urbanismo.
fala-se em bebidas alcoólicas e é o que se vê, letras a dobrar. o
melhor seria utilizar cada letra apenas uma vez. o que daria um nome mais
pronunciável e pomposo: CISAPLU, ufanou-se o intendente dos sipaios.
nã nã nã... isso é tudo um dislate. vamos para o mais simples, Paulo
apenas, ou Assumpção, encabritou-se o Chefe do Estado-Maior do Exército.
alto lá e para a rebita! retorquiu o Comandante da Polícia, Paulo nunca – e por isso estamos aqui - nem
por sombras, porque para além de um conquistador esse é também o nome de um meu
vizinho que está preso por cumplicidade com o Garrido Kam’tuta sung’ó pé no
roubo do jacó da Inácia.1 esse
nome já tem os dias contados. oponho-me terminantemente. aliás, proponho até
que se tente desvendar se o Dias de Novaes não teria outro nome, a ver se
conseguimos varrer esse antropónimo da História da nossa cidade.
estou plenamente de acordo, aconchegou-se o Inspector Provincial da
Educação e Cultura, e Assumpção... por
muito respeito que eu tenha pela Virgem, cheira a mulher e o nosso burgo deve
ser um garanhão. cidade da Assumpção, onde já se viu...
a falta de ideias e as
justificações estapafúrdias grassavam de ponta a ponta da mesa. era uma
verdadeira pobreza franciscana o que vomitavam aquelas cachimónias. o que
levará Luandino a afirmar futuramente: na
nossa terra de Luuanda passa as coisas que põe vergonha na gente. Se não
for assim talqualmente, será perto disso.
dando razão ao que acaba de ser dito
no parágrafo acima, o assunto regressou ao estafado plano das siglas. as
propostas foram-se multiplicando: as letras aumentavam de número, diminuíam,
mudavam de sítio, saltavam de poiso, voavam, aterravam, atropelavam-se.
CISA... não, que haveria de
nascer um arquitecto a quem dariam tal nome e, depois, não faltariam as
malínguas a mujimbar compadrios na aprovação dos projectos de construção.
SAPALU... não, que soava a nome
de contratado e, provavelmente, viria por aí de malas aviadas a ONU, levantando
a questão da independência, o que não convinha mesmo nada.
APLP... pior, mil vezes pior, cheira a movimento terrorista, tresanda a
subversão e a comunismo. não, nem pensar... indignou-se o inspector-chefe
da Pide, o simples facto de se pronunciar
tal nome é, só por si, um acto subversivo.
cento e quarenta e três horas depois
a Assembleia embatucou. as forças vivas estavam mais mortas que isso. os
assistentes, os desvivos que não foram chamados a pronunciar-se, dormiam a sono
solto e roncado. todos menos um sekulo de carapinha branca, o velho Kamukanda, as
costas curvadas em cadeiras incómodas, não se sabia se da idade ou do peso de
tanta xibadela lançada para a plateia por tão ínclita geração de altos inaptos.
o velho levantou-se e bateu as
palmas para ser escutado. todos acordaram e resmungaram quando reconheceram,
com olhos ainda mangonheiros, o local onde se encontravam. dirigindo-se à mesa
da Assembleia, o cota falou:
vocês é mas-é muito matumbo. antão
tanto tempo que’stá se passar nas maka de discutimento é pra quê? nossa terra
se chama só é Luanda, ma’nada! Agora vou m’imbora dar o milho na jigalinha.
Xal’enu!
assunto arrumado!
agoNia Moitão, o Facada
Póvoa de Varzim | Abril de 2008
notas:
1. Personagens de Luandino
Vieira, em “Luuanda”.
aldraba. Aldrabão,
mentiroso.
atundua. Aframomum alboviolaceum, planta herbácea
e o seu fruto, comestível.
banza. Cidade principal,
correspondente a capital, dos antigos reinos angolanos do N; residência do rei
ou do soba.
bulunga. Bebida alcoólica de
consistência espessa, obtida pela leve fermentação de milho, massango ou
massambala.
cabrito. Mestiço filho de
pais branco e mulato.
cafuzo. Mestiço filho de
pais negro e mulato.
canhangulo. Antiga
espingarda de caça de carregar pela boca.
capiquinino. Muito pequeno,
minúsculo.
cará. Amendoim.
caporroto. Bebida alcoólica
obtida por fermentação do milho. Bastante embriagadora, é originária da região
de Malanje.
carcamano. Nome pejorativo
dado ao branco sul-africano.
cassumbular. Brincar ao jogo
infantil da cassumbula, idêntico ao jogo da estátua, cujo objectivo é a conquista
de um objecto ou pessoa. Conquistar, roubar; tirar com manha, astúcia ou
ligeireza.
caxipembe. Bebida alcoólica,
dos umbundos e ganguelas, resultante da fermentação e destilação de cereais.
chá-de-caxinde. Infusão das
folhas da planta vivaz aromática Cymbopogon citratus, também designado chá-de-príncipe,
com propriedades digestivas e utilizado no tratamento de constipações.
cofu. Saquinho tecido de
palha, que as mulheres que apanhavam o jimbo usavam a tiracolo.
cota. Velho, o mais velho, o
maior; sábio; superior (em termos hierárquicos); ancião, patriarca; o mais experiente
e sábio.
cuca. Marca de cerveja.
dendém. Fruto do dendezeiro
ou palmeira-do-dendém, Elaeis guineensis,
do qual se extrai um óleo ou azeite muito utilizado em culinária.
dinhungo.
fijá. Feijão.
fuba. Farinha de mandioca, milho ou massambala.
gajaja. Fruto comestível da
gajajeira, Spondias mombin, muito
aromático e de sabor agridoce.
gúndi. Leite fermentado, com
consistência semelhante à do iogurte, do S e Centro de Angola. Misturado com
produtos vegetais ou minerais é cosmético.
jigalinha. Galinhas.
jimbo. Olivancillaria nana, gastrópode marinho univalve com 15 a 18mm de
comprimento, concha acinzentada brilhante, podendo apresentar uma variação
entre o castanho e o violeta. O seu habitat está limitado à costa de Angola,
principalmente às praias de Luanda, Belas, Benguela, Lucira, Namibe, Tombwa,
Baía dos Tigres e Foz do Kunene. Moeda de troca que circulou no Reino do Congo.
jimboa. Amaranthus spinosus, planta herbácea espontânea que tem a
particularidade de apresentar duas estipulas espinhosas nas axilas das folhas
do caule, com valor nutritivo superior ao da couve.
jindungo. Piri-piri.
jinguba. Amendoim.
kalashe. Designação pop. da
espingarda-metralhadora Kalashnikov, de fabrico soviético.
kumbú. Dinheiro, ferro,
graveto.
loengo. Fruto do loengueiro,
Anisophyllea gossweilleri, semelhante
à ameixa.
maboque. Fruto do
maboqueiro, Strychnos spinosa, de
aspecto semelhante ao da laranja mas de casca muito dura (pericarpo ósseo)
contendo inúmeras sementes envolvidas por uma abundante polpa gelatinosa com
sabor agridoce ou subácido.
macau. Bebida alcoólica
obtida por fermentação da massambala, dos povos do S.
macuta. Antiga moeda que
circulou em Angola até à quarta década do séc. passado, com o valor de 30 réis.
maka. Na tradição oral
angolana as maka são histórias narrativas de acontecimentos do passado, uns
verdadeiros outros de origem lendária ou fruto da imaginação mas que se foram
impondo como se de factos reais se tratasse. Conversa decisória, conversação,
assembleia pública ou familiar. Altercação, confusão, discussão, problema,
sarilho.
maluvo. Malavo, Marufo ou
Maruvo, bebida resultante da seiva das palmeiras, principalmente de palmito,
bordão e matebeira. É uma bebida muito apreciada no N de Angola onde tem funções
sociais precisas, como seja a cerimónia do alembamento, o final de uma maka ou
o agradecimento ao voluntariado comunitário nas zonas rurais.
mamão. Variedade de papaia, Carica papaya.
mangonheiro. Indolente,
calaceiro, mandrião, molengão, preguiçoso.
massambala. Sorghum spp., variedade de sorgo usada
na alimentação, tanto humana como de animais domésticos.
massango. Pennisetum robustum, planta gramínea
anual cujo grão é utilizado na alimentação, tanto humana como de animais
domésticos. Transformado em fuba é a base alimentar dos povos do SO de Angola,
principalmente dos Ambós.
mataco. Bunda, nádegas,
traseiro.
matumbo. Provinciano,
parolo; estúpido, ignorante, inculto.
mirangolo. Fruto comestível
da mirangoleira, Carissa edulis,
levemente agridoce, abundante na região da Huíla.
mona-kaxito. Arma de guerra,
da categoria de armas pesadas, de fabrico soviético, tecnicamente designada
Órgão de Staline; assim designada por ter sido utilizado pela primeira vez na
Batalha do Kaxito, em 1975, pelas FAPLA e exército cubano.
múcua. Fruto do imbondeiro
ou baobá, Adansonia digitata.
mujimbar. Lançar boatos.
mukuankala. Designação por
que são conhecidos, pelos povos bantos vizinhos, os Bochimanes.
nocal. Marca de cerveja.
noncaco. Sandália feita com
aproveitamento de pneu de automóvel, própria dos Nhanecas.
noxa. Fruto comestível e
muito apreciado da noxeira, Parinari
curatellifolia.
pano. Peça de vestuário
tradicional das bessanganas de Luanda. Usa-se traçado sobre o corpo, das axilas
até a altura do tornozelo. O pano da costa cobre o restante vestuário que
inclui o pano-saia, usado atado à cintura e que é também peça de vestuário dos
homens muxiluandas.
pau de Cabinda. Pausinystalia spp., árvore cuja casca é
usada como estimulante sexual.
quiabo. Fruto do quiabeiro, Hibiscus esculentus, muito utilizado em
culinária.
pisa-cocó. Sandália de
plástico.
quicuanga. Bolo ou espécie
de queijo de mandioca fermentada que se apresenta envolto em folhas de
bananeira.
quicuerra. Guloseima
tradicional de farinha de mandioca e jinguba, a que se acrescenta açúcar a
gosto.
quimbombo. Bebida alcoólica
da fermentação do milho, muito embriagadora.
quissângua. Bebida alcoólica
obtida por fermentação do milho.
quitandismo. de Quitanda (lugar, banca, tenda ou
loja de comércio). Comércio, negócio.
quitoto. Bebida leitosa
preparada da fuba de milho ligeiramente fermentada, que é tomada com cola e
gengibre, como reconstituinte, logo pela manhã.
Roque Santeiro. Mercado ao
ar livre, no Bairro Sambizanga, em Luanda, considerado o maior mercado do
género em África. A designação deve-se ao título homónimo de uma novela
brasileira que, na altura do surgimento do mercado, na década de 80 do séc.
passado, era exibida na televisão angolana.
safu. Pachylobus edulis, arbusto arborescente ou árvore perenifólia cujo
fruto, do mesmo nome, a despeito do sabor a terebintina, é comestível e muito
apreciado.
Sambo. Famosa família de
ervanários estabelecida em Luanda.
sape-sape. Variedade de
anona, fruto da anoneira, Annona spp.
sekulo. Ancião, velho;
conselheiro do soba; homem respeitável.
sipaio. Antigo polícia africano adstrito aos Postos
Administrativas e esquadras de musseques.
soba. Autoridade
tradicional, chefe do quimbo ou sobado; chefe tribal, régulo.
tabaibo. Designa, no S de
Angola por influência madeirense, o fruto comestível da figueira-da-índia, Opuntia ficus-indica.
tamarindo. Fruto do
tamarindeiro, Tamarindus indica,
comestível, com sabor ácido mas levemente adocicado.
uafua. Morreu.
usse. Hibiscus sabdariffa, vinagreira, rosela ou caruru-azedo, é um
arbusto anual cujas folhas são utilizadas na alimentação.
xal’enu! Passem bem!
xanato. Calçado velho ou
fora de uso.
xibadela. Arroto de bêbedo. Taramelice.
xipoque. Feijão.
zungueira. Vendedora
ambulante que negoceia pelas ruas.